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Olá amigos!

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domingo, 3 de junho de 2012

O Gênio do Mar



Vivia certa vez no litoral da Dinamarca uma família de pescadores. Compunha-se de pai, mãe e de uma filha chamada Greta, linda como a primavera dos ensolarados países do sul.
Greta trazia na testa todo o esplendor da modéstia e da virtude. Não havia nas redondezas rapaz que a não fitasse com amor. Mas ela não dava a menor atenção a nenhum deles; o seu único prazer era ir à praia e contemplar o mar, umas vezes tranqüilo, outras bravio, outras enfurecido, mas sempre majestoso.
Um dia, estava Greta sentada num rochedo, quando viu sair das águas azuis um mancebo formoso, de cabelos loiros e longa barba verde, que lhe disse em voz harmoniosa:
- Greta, por que não me acompanhas ao meu reino? Dar-te-ei as minhas lindas jóias, vestir-te-ei de panos tecidos com ouro! Enfim, mostrar-te ei todos os meus valiosos tesouros que serão teus!
Impressionada com a harmonia daquela voz e tão tentadoras promessas, a jovem não hesitou: acompanhou o gênio do mar para as profundezas das águas e com ele se casou.
Quantas maravilhas não viu e como não foi venturosa ao lado do marido! Todavia, com o tempo, teve saudades da terra, da sua casa, da casinha em que nascera, em que crescera, em que se tornara moça...
Horas a fio ficava sentada na crista de uma onda, olhando a costa distante, suspirando. Saía-lhe então da boca um canto saudoso, triste, tristíssimo... Não havia navegante que se não comovesse.
O Gênio do Mar, que a amava realmente, perguntou-lhe um dia porque vivia tão triste, tão melancólica. Greta, chorando, rogou-lhe que a deixasse voltar à terra, nem que fosse por um dia apenas. Prometia voltar. O Gênio consentiu.
- Minha Greta, - disse-lhe - já que pretendes ir, vai. mas por favor não te esqueças do nosso lar, não te esqueças de mim... Se não tornares a aparecer, morrerei de dor.
Greta prometeu tudo. Subiu, então, à terra e não tardou em chegar à aldeia em que vivera até o dia da fuga com o Gênio do Mar. Era um dia de festa, e os sinos repicavam, convidando todos à prece. Greta, impelida por aquele chamado, entrou na igreja e orou fervorosamente.
Lá fora, a voz do Gênio chamou-a com profunda dor:
- Greta! Greta! Greta!
Ouviu Greta o apaixonado apelo do marido. Mas resolveu acompanhar o ofício religioso até o fim. Depois, foi visitar os pais que a acolheram chorando de alegria.
Vinda a noite, uma voz forte, desesperada, saiu do mar:
- Greta! Greta!
Ela não respondeu. O Gênio do Mar, torturado, voltou para as profundezas do seu reino.
A partir de então, todas as noites, ao se romperam as ondas na praia, ouvem-se os demorados lamentos do Gênio do Mar a chamar a esposa que nunca mais regressou...

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