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domingo, 3 de junho de 2012

O Anão Amarelo



A princesa Bela era a moça mais linda de todo o país e não havia um só soberano que a não pretendesse para esposa; mas quem a ganhou com seus galanteios foi o jovem e valente rei das Minas de Ouro.
No dia anterior ao do casamento, o rei adoeceu e não havia um só médico que o soubesse tratar e curar. Então a mãe da princesa resolveu arranjar o remédio mágico da fada que morava no Palácio das Esmeraldas. A fada vivia à borda do mar, no extremo de um vale guardado por dois leões. Como estes devoravam quantos tentassem passar sem lhes dar uma torta especial que eles apreciavam muito, a mãe da princesa levou uma, metida numa cesta.
Tendo chegado ao vale, sentiu-se muito fatigada e adormeceu entre umas árvores. Acordou subitamente, ouvindo o rugido dos leões; procurou na cesta a torta e viu, com horror, que esta havia desaparecido.
- Hei! - exclamou alguém, lá do alto de uma árvore.
Ela olhou e viu um anão muito feio e amarelo sentado entre as folhas, com a torta nas mãos.
- Oh! dá-me a minha torta, - gritou ela, - senão os leões me devoram!
- Só se me deres a tua filha em casamento. - respondeu o anão.
A mãe da princesa preferia morrer a consentir nisso, mas ao ver que os leões se lançavam para ela, horrorizou-se e disse:
- Dá-me a torta e casa-te com minha filha.
Assim pôde ela deter os leões, que, enquanto comiam, a deixaram passar sem lhe fazerem mal. Atravessou o vale e chegou ao Palácio das Esmeraldas, obteve o remédio mágico da fada, voltou logo para casa e curou o jovem e valente rei das Minas de Ouro.
- Agora, - dizia ela, de si para si - apress o casamento e o anão amarelo ficará burlado.
Preparou-se tudo para a cerimônia; enfeitaram as ruas com bandeiras, pavilhões, colchas, flores; e o povo juntou-se à passagem do cortejo nupcial.
- Hei! - exclamou uma voz quando o cortejo chegou ao templo.
A mãe da princesa levantou a vista e deu com o anão amarelo sentado em cima do pórtico. Antes que a noiva pudesse pronunciar uma palavra, lançou-se ele sobre a pobre princesa e, levando-a nos braços, desapareceu nos ares.
O rei também foi arrebatado para muito longe e, ao dar acordo de si, estava no Palácio das Esmeraldas, pois a fada, que fora ao templo ajudar o anão, quando viu o rei, gostou tanto dele que o levou.
A fada fez tudo quanto pôde para ganhar a afeição do rei. Deu-lhe os mais belos aposentos do palácio e em sua honra promoveu as mais deslumbrantes festas que se possam imaginar. Mas ele só encontrava consolo nos passeios solitários e tristes que empreendia pela praia.
Certa manhã veio a nado, até ele, uma sereia, formosa criatura, metade mulher metade peixe.
- Ah! rei, - exclamou - na verdade, tu e a princesa Bela sois dois apaixonados infelizes! O anão amarelo levou-a para o seu castelo que fica do outro lado do mar e, como tu, ela passa os dias a passear tristemente pela praia.
- Podes levar-me até junto dela? - perguntou o rei.
- Monta na minha cauda. - respondeu a sereia.
O rei montou e a sereia nadou e atravessou o mar até chegar ao castelo do anão; ali deu-lhe uma espada de diamantes e disse-lhe:
- Não deixes nunca esta espada, enquanto não tiveres a princesa em teu poder.
À porta do castelo, o rei encontrou a princesa Bela e lançou-se a seus pés; mas deixou cair a espada de diamantes e o anão amarelo, que a estava vigiando atrás da porta, apoderou-se, de um salto, da espada e gritou:
- Princesa, que preferes? Queres casar comigo e então deixarei partir o rei sem lhe fazer mal, ou me repeles e então mato-o?
- Casar-me-ei contigo! - respondeu a princesa, sem hesitar.
No seu alvoroço, porém, o anão deixou cair a espada e então o rei apanhou-a e matou-o.
Os noivos voltaram para junto da mãe da princesa, realizou-se o casamento e, dali em diante, a princesa Bela e o rei das Minas de Ouro viveram muito felizes.
Felizes para sempre...

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