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Olá amigos!

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domingo, 3 de junho de 2012

A História de Jenny Martin



Jenny Martin era filha de um lenhador do Bosque Novo. Passeando uma noite pelo bosque para apanhar flores, encontrou um lindo ratinho branco que dormia em um buraco de velhíssimo carvalho.
- Que rato bonito! - exclamou Jenny entusiasmada. - Vou levá-lo para casa.
Mas assim que apanhou o ratinho, este acordou e lhe disse:
- Não, Jenny, não me leves para tua casa pois o gato me comeria. Deixa-me aqui, que eu sou o rei dos ratos e posso recompensar-te pela tua generosidade.
- Que me darás? - perguntou Jenny.
- Tudo que desejares. - respondeu o rato. - Só tens que vir até esta árvore e chamar-me três vezes e verás realizados todos os teus desejos.
- Pois, para começar, - disse Jenny - queria que a casa de meu pai se transformasse numa formosa casa de campo.
- Concedido - respondeu o rato.
Jenny tornou a pôr o ratinho branco no buraco do carvalho e correu para casa, que pouco antes havia deixado, encontrando uma formosa granja com um jardim cheio de preciosas flores, pomar cheio de grandes árvores, curral com trinta vacas e galinheiros cheios de galinhas, patos, coelhos, etc. Jenny ficou assombrada e não encontrava palavras para exprimir o seu contentamento, acontecendo o mesmo ao pai, que não conseguia compreender o que se passava.
Naquela noite veio, como de costume, um jovem camponês noivo de Jenny, e falou-lhe do projetado casamento. Mas ela, orgulhosa e soberba com a mudança que se operava em sua vida, despediu o noivo, dando por terminado o seu compromisso.
Quando se viu sozinha, pôs-se a pensar no sucedido e viu que tinha sido muito modesta em pedir ao rei dos ratos apenas uma casa de campo. E foi com esta idéia que saiu correndo em direção ao carvalho, onde chamou:
- Ratinho branco! Ratinho branco! Ratinho branco! A tua protegida Jenny vem ter contigo!
O ratinho assomou a cabecinha e disse:
- Que queres, Jenny?
- A casa de campo é muito pequena e pouco luxuosa; desejava uma formosa quinta esplendidamente mobiliada e onde houvesse cofres cheios de ouro e jóias, armários com ricos vestidos e muitos criados.
- Podes ir para tua casa e lá encontrarás quanto desejas - disse-lhe o ratinho.
Assim chegou Jenny a ser uma formosa e rica moça, que foi pedida em casamento pelo filho de um dos mais ricos proprietários da região. Mas, quando toda a gente esperava que se realizasse tão vantajoso enlace, Jenny desprezou o pretendente, por lhe parecer muito modesto para ela, e dizia às suas amigas:
- Não é bastante para mim o filho de um proprietário, embora rico; eu terei, quando quiser, um formoso castelo e só me casarei com um fidalgo.
E se bem o pensou, melhor o fez. Foi novamente junto do carvalho e assim chamou três vezes, pela forma costumada, e o seu protetor apareceu perguntando:
- Que é, Jenny? Queres ainda mais alguma coisa?
- Sim, - respondeu a orgulhosa moça - desejo ser uma fidalga e viver num esplêndido castelo.
- Muito bem; far-te-ei o que desejas; quando chegares à tua casa, verás os teus sonhos realizados.
Com efeito, Jenny chegou a ser a dona de um dos maiores castelos daqueles lugares, onde um duque a foi pedir em casamento; ela, porém, cada vez mais orgulhosa, repeliu-o dizendo:
- Duquesa, eu?! É pouco para mim; desejo ser rainha.
De novo foi Jenny junto do carvalho e chamou o ratinho branco, expondo-lhe os seus desejos de ver o seu castelo transformado num palácio real e de ser ela a rainha.
- Pedes muito, Jenny. - disse-lhe o ratinho branco. - Toma cuidado, que te estás tornando orgulhosa demais. Contudo, pela última vez, terás o que desejas. Volta para casa.
Nquele mesmo dia o rei da Inglaterra tinho ido caçar no Bosque Novo, e estava perseguindo um veado quando deu com o formoso palácio de Jenny. Aproximou-se para vê-lo bem, precisamente no momento em que a dona regressava da sua visita ao ratinho, e como a antiga filha do lenhador era formosa e ia ricamente vestida, o rei enamorou-se profundamente da jovem e, aproximando-se, pediu-lhe que fosse a rainha de seu país.
Jenny ficou louca de alegria ao ver que os seus projetos iam realizar-se e bendisse a sua maravilhosa sorte. Daquele momento em diante, só pensou nos preparativos do casamento. Levantaram-se arcos de triunfo, unidos por grinaldas de flores em toda a extensão da estrada, desde o Bosque Novo até Westminster, onde havia de celebrar-se a cerimônia.
Tinha chegado finalmente o momento solene de seguir para a igreja, e Jenny, quando se dispunha a subir para a grande carruagem de gala que havia de conduzí-la, disse ao rei:
- Esqueci-me de uma coisa. Espera um momento por mim.
E, dizendo isso, tomou a direção do carvalho do ratinho branco, atravessando por entre as filas dos cortesãos e convidados que se afastavam e a saudavam respeitosamente.
Junto ao carvalho, pôs- se a gritar:
- Ratinho branco! Ratinho branco! Ratinho branco! A rainha da Inglaterra chama-te! Vem depressa!
- Aqui estou, Jenny. - disse-lhe em tom severo o ratinho. - Ainda não estás satisfeita? Parece-te pouco o que tenho feito? Que queres agora?
- Só uma coisa mais. - respondeu Jenny. - Queria que o meu esposo apenas fizesse o que eu desejasse; deste modo, serei senhora absoluta da Inglaterra.
- Tu ainda não estás casada? - perguntou o rato, surpreendido. - Tens de abater o teu orgulho. Volta para casa e vê se aproveitas a lição que aí te espera.
Voltou Jenny pensativa e pressentindo qualquer coisa de mau, por causa das palavras pronunciadas pelo ratinho. Então reparou que o seu vestido se transformava, convertendo-se num modesto traje de aldeã. Depois viu que já não existiam o castelo, nem o rei, nem os seus cortesãos; só se destacava a modesta casinha de seu pai, o qual, ao regressar naquela noite, falou como se nada tivesse acontecido. - "Terá sido tudo isto um sonho?" - indagava Jenny de si para si ao ver que ninguém se referia aos fatos anteriores.
Assim era. O ratinho tinha feito com que tudo parecesse um sonho, para suavizar o castigo que Jenny tinha de sofrer, e conseguiu o seu fim. A jovem aproveitou a lição e tornou-se terna e submissa, casando-se daí a pouco com o seu noivo, o camponês, que sempre a tinha amado, e passando a viver ambos na modesta casinha do bosque, mais felizes do que o teriam sido num palácio rodeado de cortesãos.

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