Com o esfacelamento do império soviético, os resultados foram anunciados no
Ocidente. “Não encontramos nenhuma ligação entre a estrutura do cerebral de Lênin e
Stalin e a capacidade intelectual que eles tinham”, concluiu, num trabalho de cinco anos
atrás. Oleg Adrianov, diretor do instituto.
Em outro estudo, divulgado em janeiro passado, o mesmo Adrianov praticamente repete
o seu veredicto do trabalho anterior. “Na estrutura anatômica do cérebro de Lênin não
há nada de sensacional”, disse o pesquisador. Para os que ainda apostam na genialidade
do líder comunista, resta o consolo de que somente o lado direito do cérebro de Lênin
foi analisado. O esquerdo, que deve ser o lado forte nos comunistas, estaria muito
danificado e teve de ser jogado fora.
Essas pesquisas com o objetivo de mapear a suposta genialidade anatômica de cérebros
estão totalmente desacreditadas. Nem por isso deixam de surgir novos trabalhos,
refutando ainda mais a validade da antiga tese formulada no final do século XIX, pelo
antropólogo francês Pierre Paul Broca. Para ele, quanto mais pesado fosse um cérebro
maior seria a sua capacidade intelectual. O primeiro baque na teoria veio com a
constatação de que o cérebro do próprio Broca era 16 gramas mais leve do que da média
das pessoas.
Um estudo do Museu de História Natural de Londres, divulgado no início deste ano,
forneceu nova munição aos detratores de Broca. A pesquisa mostrou que o tamanho do
cérebro de ser humano diminuiu 5% nos últimos 20 000 anos.É inegável que o
conhecimento humano progrediu muito de lá para cá. A explicação para essa
diminuição do cérebro é simples – ela é proporcional ao encolhimento do corpo dos
humanos nesse mesmo período.
Veja – 06 de abril de 1994
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