Conta-se
que houve em tempos um continente imenso no meio do oceano Atlântico chamado
Atlântida. Era um lugar magnífico: tinha belíssimas paisagens, clima suave,
grandes bosques, árvores gigantescas, planícies muito férteis, que às vezes até
davam duas ou mais colheitas por ano, e animais mansos, cheios de saúde e
força. Os seus habitantes eram os Atlantes, que tinham uma enorme civilização,
mesmo quase perfeita e muito rica: os palácios e templos eram todos cobertos
com ouro e outros metais preciosos como o marfim, a prata e o estanho. Havia
jardins, ginásios, estádios... todos eles ricamente decorados, e ainda portos
de grandes dimensões e muito concorridos.
As suas jóias eram feitas com um metal mais valioso que o ouro e que só eles
conheciam, o oricalco. Houve uma época em que o rei da Atlântida dominou várias
ilhas em redor, uma boa parte da Europa e parte do Norte de África. Só não
conquistou mais porque foi derrotado pelos gregos de Atenas.
Os deuses, vendo tanta riqueza e beleza, ficaram cheios de inveja e, por isso,
desencadearam um terramoto tão violento que afundou o continente numa só noite.
Mas parecia que esta terra era mesmo mágica, pois ela não se afundou por
completo: os cumes das montanhas mais altas ficaram à tona da água formando
nove ilhas, tão belas quanto a terra submersa, o arquipélago dos Açores.
Alguns Atlantes sobreviveram à catástrofe fugindo a tempo e foram para todas as
direcções, deixando descendentes pelos quatro cantos do mundo. São todos muito
belos e inteligentes e, embora ignorem a sua origem, sentem um desejo
inexplicável de voltar à sua pátria.
Há quem diga que antes da Atlântida ir ao fundo, tinham descoberto o segredo da
juventude eterna, mas depois do cataclismo, os que sobreviveram esqueceram-se
ou não o sabiam, e esse conhecimento ficou lá bem no fundo do mar.
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