Um
dia, a família dos pombos resolveu dar um banquete. Convidaram para a
festa todos os animais de asas e penas, mas esqueceram-se do corvo.
Imperdoável! Se estavam a águia, o falcão, a cegonha, o gaio, a coruja, o ganso, o cisne, a galinha mais o galo, o pardal, a pardoca e os respectivos pardalinhos, a codorniz, a andorinha, o melro e tantos mais, quem daria por falta do corvo?
Deu ele, que muito se susceptibilizou com o esquecimento. E, como era vingativo, agarrou numa grande pedra e sobrevoou, lá muito do alto, a mesa da festança.
Quando as aves estavam todas a comer, na maior das alegrias, o corvo, lá de cima, fez pontaria e largou o pedregulho. Não se queira saber! A pedra caiu no meio da mesa e espatifou tudo. Estava estragada a festa.
Empoleirado no galho de uma faia, o corvo assistiu à confusão que provocara e fartou-se de rir. Riso de malvado. Assim:
- Eh! Eh! Eh! Eh! Eh!
Houve uma garça que o viu rir e calculou o resto. Foi dizer aos pombos, que por sua vez foram dizer às outras aves.
- Ah, o culpado pelo estardalhaço que interrompeu a festa foi o corvo? Pois deixa estar que não perdes pela pancada - ameaçaram.
E as aves todas juntas acertaram numa conspiração.
Dias depois, a família dos pombos convidou o corvo para um jantar de gala. Era ele o único convidado.
Muito honrado com o convite, o corvo, vestido com o seu luzidio fato de cerimónia, todo preto, apresentou-se para o jantar de festa.
Sentaram-se à mesa os pombos todos brancos, a fazerem companhia ao corvo. Veio a terrina da sopa, que foi colocada diante do convidado.
- Faça favor de se servir primeiro - disseram os pombos, com muito bons modos.
- Do que é a sopa? - perguntou o corvo, cheio de apetite.
- Sopa de pedra - disseram os pombos, em coro.
E era mesmo. Lá estava, dentro de uma enorme terrina, o pedregulho que o corvo atirara.
- Não tenho vontade - disse o corvo, embaraçado.
- Pois nós também não temos mais nada para oferecer - disseram os pombos. - Este cozinhado caiu do céu e pela forma como nos chegou à mesa estamos convencidos que é muito especial. Por isso o reservámos para as visitas mais ilustres. Faça favor de provar.
O corvo, para não dar parte fraca, não teve outro remédio senão dar uma bicada na pedra.
- Está saborosa? Quer repetir? - perguntaram os pombos.
- Muito obrigada. Estou satisfeito - respondeu o corvo.
- Só mais um bocadinho, vá lá... - insistiram os pombos.
E o corvo passou o jantar às bicadas à pedra.
Imperdoável! Se estavam a águia, o falcão, a cegonha, o gaio, a coruja, o ganso, o cisne, a galinha mais o galo, o pardal, a pardoca e os respectivos pardalinhos, a codorniz, a andorinha, o melro e tantos mais, quem daria por falta do corvo?
Deu ele, que muito se susceptibilizou com o esquecimento. E, como era vingativo, agarrou numa grande pedra e sobrevoou, lá muito do alto, a mesa da festança.
Quando as aves estavam todas a comer, na maior das alegrias, o corvo, lá de cima, fez pontaria e largou o pedregulho. Não se queira saber! A pedra caiu no meio da mesa e espatifou tudo. Estava estragada a festa.
Empoleirado no galho de uma faia, o corvo assistiu à confusão que provocara e fartou-se de rir. Riso de malvado. Assim:
- Eh! Eh! Eh! Eh! Eh!
Houve uma garça que o viu rir e calculou o resto. Foi dizer aos pombos, que por sua vez foram dizer às outras aves.
- Ah, o culpado pelo estardalhaço que interrompeu a festa foi o corvo? Pois deixa estar que não perdes pela pancada - ameaçaram.
E as aves todas juntas acertaram numa conspiração.
Dias depois, a família dos pombos convidou o corvo para um jantar de gala. Era ele o único convidado.
Muito honrado com o convite, o corvo, vestido com o seu luzidio fato de cerimónia, todo preto, apresentou-se para o jantar de festa.
Sentaram-se à mesa os pombos todos brancos, a fazerem companhia ao corvo. Veio a terrina da sopa, que foi colocada diante do convidado.
- Faça favor de se servir primeiro - disseram os pombos, com muito bons modos.
- Do que é a sopa? - perguntou o corvo, cheio de apetite.
- Sopa de pedra - disseram os pombos, em coro.
E era mesmo. Lá estava, dentro de uma enorme terrina, o pedregulho que o corvo atirara.
- Não tenho vontade - disse o corvo, embaraçado.
- Pois nós também não temos mais nada para oferecer - disseram os pombos. - Este cozinhado caiu do céu e pela forma como nos chegou à mesa estamos convencidos que é muito especial. Por isso o reservámos para as visitas mais ilustres. Faça favor de provar.
O corvo, para não dar parte fraca, não teve outro remédio senão dar uma bicada na pedra.
- Está saborosa? Quer repetir? - perguntaram os pombos.
- Muito obrigada. Estou satisfeito - respondeu o corvo.
- Só mais um bocadinho, vá lá... - insistiram os pombos.
E o corvo passou o jantar às bicadas à pedra.
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