No oceano, entre muitas algas marinhas e o colorido coral, morava um animado polvo.
Ele tinha oito tentáculos que ele adorava usar para fazer cócegas. Quando o polvo fazia cócegas nos peixinhos, eles
pulavam, saltitavam e se contorciam!
Todos
achavam aquela brincadeira muito divertida! Mas a maior parte dos
animais marinhos achava aquela brincadeira muito entediante.
Certa vez, o polvo fez cócegas na estrela-do-mar e ela se contorceu toda!
– Pare com isso! – ela gritou.
O polvo fez cócegas no siri, que tropeçou e caiu na areia.
– Fora daqui! – ele esbravejou.
–
Mas eu sou um polvo animado e sou muito bom em fazer cócegas – disse o
polvo tristemente. E nadou para junto dos pequenos peixes para brincar
com eles novamente.
Um
dia, o polvo viu a ostra cochilando perto de algumas conchas. Ele não
pôde resistir e fez pequenas cócegas nela. Mas a ostra acordou com um
salto e deixou cair sua preciosa pérola. Ping! Póing! Póing! A pérola
quicou para perto das pedras e foi levada pela correnteza.
– Oh! Não – assustou-se o polvo. A pobre ostra ficou muito chateada.
– Desculpe-me – disse o polvo.
– Eu a trarei de volta para você. O polvo nadou bem depressa pelas águas.
– “Uau!” – pensou o polvo. “Eu jamais imaginei que pudesse ser tão veloz” Vupt!
O polvo seguiu a pérola, que estava caindo em direção às profundezas do mar.
– “Uau!” – ele pensou. “Eu jamais imaginei que pudesse nadar tão fundo!”
O polvo estava quase alcançando a pérola, mas... Ping! Póing! Póing!
A
preciosa pérola quicou nas pedras e caiu dentro de um buraco, no fundo
do oceano . O polvo se contorceu, balançou-se e se espremeu ... E
conseguiu passar, com seu corpo elástico, pela fenda.
– “Oh!” – ele pensou. “Eu jamais imaginei que pudesse ser tão flexível!” Lá no fundo, brilhando na escuridão, estava a lustrosa
e iluminada pérola. Mas logo atrás dela havia uma feroz enguia.
– Aaaah! – gritou o polvo. Ele, então, rapidamente pegou a pérola e saiu daquele buraco.
– Eu quero essa pérola! – vociferou a enguia.
O
polvo nadava ofegante enquanto a enguia o perseguia. Ele já havia
nadado uma longa distância e sentia-se muito cansado. A enguia estava
chegando cada vez mais perto... Com um esguicho e um espirro, o polvo
lançou uma nuvem de tinta preta que fez com que a enguia não pudesse
enxergar coisa alguma!
– “Puxa! – Eu nunca imaginei que pudesse soltar essa tinta!” e foi dançando muito feliz até a ostra.
A ostra ficou muito satisfeita por ter sua pérola de volta.
– Eu prometo que não farei mais cócegas em você novamente – disse o polvo.
–
Descobri muitas outras coisas que sei fazer muito bem. A partir de
agora, eu serei um...rápido, explorador, flexível, esguichador polvo...
... Mas eu ainda sou animado e posso fazer algumas cócegas também.
GALLOWAY, Ruth. O Polvo Animado Ed. Ciranda Cultural, 2010 (Adaptação).