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Olá amigos!

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domingo, 26 de fevereiro de 2012

PEDRO MALASARTE FAZ O URUBU FALAR

Pedro Malasarte, certo dia, largou a casa do pai, indo correr mundo. Logo no primeiro dia encontrou um urubu com uma asa quebrada, batendo-se no meio da estrada. Agarrou o urubu e meteu-o dentro de um saco, seguindo caminho.
Ao anoitecer, estava diante de uma casa grande e bonita, alpendrada. Pela janela viu uma mulher guardando vários pratos de comidas saborosas e garrafas de vinho. Observou atentamente tudo o que a mulher guardava e onde guardava. Bateu e pediu abrigo, mas a mulher recusou, dizendo que o marido não estava em casa e ficava feio ter um homem de portas a dentro.
Malasarte foi para debaixo de uma árvore e, logo depois, reparou na chegada de um rapaz ainda moço, recebido com agrados pela dona da casa que o levou imediatamente para jantar. Iam os dois começando a refeição quando o dono da casa, o marido da tal mulher, apareceu montado num cavalo alazão. O rapaz largou o jantar, pulou uma janela e fugiu. A mulher, rapidamente, fez com que a comida desaparecesse dentro dos armários e foi receber o marido.
Malasarte esperou que o dono da casa mudasse os trajes e tornou a bater e pedir dormida. O dono apareceu, mandou-o entrar, lavar as mãos e convidou-o para jantar com ele.
A comida que apareceu era outra, bem pobre e malfeita. Malasarte, sempre com o urubu dentro do saco, deu-lhe com o pé, fazendo-o roncar, e começou a falar baixinho, como se estivesse discutindo.
 – Com quem está falando? – perguntou o dono da casa.
– Com esse urubu. Sim senhor, falando e adivinhando. Esse urubu é ensinado a adivinhar.
– Um urubu que fala? Impossível! Mas... se esse aí resolveu falar, diga-me: o que ele está adivinhando agora?
– Está me dizendo que naquele armário há um peru assado, arroz de forno, bolo de milho e três garrafas de vinho.
– Não me diga ... Procura aí, mulher!
A mulher procurou e, fingindo-se assombrada pela surpresa, encontrou tudo quanto anunciara “o urubu” e trouxe os pratos e o vinho para a mesa. Comeram fartamente e o dono quis porque quis comprar o urubu. Pela manhã Malasarte, muito contrariado, aceitou o dinheiro alto e foi embora, deixando o urubu que nunca mais adivinhou coisa alguma.

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