Só
são permitidos seis em pé; como é que já haviam entrado sete naquele ônibus de
fim de linha em West Hampstead? É que o trocador não tinha visto.
O chofer viu, no momento de dar partida:
- Tem um sobrando aí atrás.
E não deu partida. O trocador contou os passageiro em pé: é verdade, estava sobrando um. Qual? Naturalmente o que entrara por último.
- Quem é que entrou por último?
O diabo é que haviam entrado todos praticamente ao mesmo tempo.
- Um dos senhores tem que descer.
Cada um olhou para os demais, esperando que alguém se voluntariasse. Ninguém se mexeu.
- Como é? Alguém tem de sair.
O chofer veio de lá, em auxílio do colega. Fez uma preleção sobre o cumprimento da lei, ninguém se comoveu.
- Vamos chamar um guarda – sugeriu ao trocador.
Saíram do ônibus, cada um para o seu lado, à procura de um guarda.
Um velhinho, alheio ao impasse, entrou muito lépido no ônibus, aumentando para oito o número de passageiros em pé. Em pouco voltava o chofer, acompanhado de um guarda. O guarda foi logo impondo respeito:
- Salte o último a entrar.
O bom velhinho não vacilou: com autoridade não se brinca. Sem querer saber por que, do jeito que entrou, tornou a sair. O chofer, secundando com um olhar vitorioso a decisiva atuação do guarda, foi se aboletar de novo ao volante. Não sem uma última olhada pelo espelhinho sobre os passageiros em pé: um dois, três, quatro, cinco, seis, ué, que história é essa? Continuavam sendo sete?
- Ainda tem um sobrando.
E veio de lá, disposto a conferir. Não tinha dúvida: voltaram a ser sete.
- Um vai ter que sair.
Os passageiros continuaram firmes – cada um plenamente de acordo, desde que fosse outro a sair. Um deles, já irritado, e por estar mais perto da porta, cometeu a imprudência de deixar o ônibus para buscar de novo o guarda, que já ia longe. Os outros sugeriram ao chofer:
- Aproveita agora. Só tem seis, toca o ônibus.
Faltava o trocador, que ainda não havia voltado. O chofer convocou às pressas outro trocador nas imediações, que a companhia costumava deixar de plantão no fim da linha:
- Entra aí e vamos embora, que já estou atrasado.
O novo trocador assumiu o posto, e quando o ônibus já ia arrancando, deu com o velhinho ali firme junto ao poste:
- E o senhor?
- Esperando ônibus.
- Então entre.
O velhinho entrou, o ônibus partiu.
(SABINO, Fernando. A inglesa deslumbrada. 3a. Edição. Rio de Janeiro, Editora Sabiá, 1969)
Com base no texto, responda às questões:
1. A situação descrita passa-se dentro de quê e onde?
a. ( ) avião, num aeroporto francês
b. ( ) metrô, na cidade de São Paulo
c. ( ) ônibus, numa estação rodoviária na Inglaterra
d. ( ) transatlântico, num cais de porto na Itália.
2. Havia uma determinação sobre a quantidade de passageiros que podiam viajar em pé e alguém percebeu que havia excesso. Quantos podiam viajar em pé e quem percebeu o excesso? _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
O chofer viu, no momento de dar partida:
- Tem um sobrando aí atrás.
E não deu partida. O trocador contou os passageiro em pé: é verdade, estava sobrando um. Qual? Naturalmente o que entrara por último.
- Quem é que entrou por último?
O diabo é que haviam entrado todos praticamente ao mesmo tempo.
- Um dos senhores tem que descer.
Cada um olhou para os demais, esperando que alguém se voluntariasse. Ninguém se mexeu.
- Como é? Alguém tem de sair.
O chofer veio de lá, em auxílio do colega. Fez uma preleção sobre o cumprimento da lei, ninguém se comoveu.
- Vamos chamar um guarda – sugeriu ao trocador.
Saíram do ônibus, cada um para o seu lado, à procura de um guarda.
Um velhinho, alheio ao impasse, entrou muito lépido no ônibus, aumentando para oito o número de passageiros em pé. Em pouco voltava o chofer, acompanhado de um guarda. O guarda foi logo impondo respeito:
- Salte o último a entrar.
O bom velhinho não vacilou: com autoridade não se brinca. Sem querer saber por que, do jeito que entrou, tornou a sair. O chofer, secundando com um olhar vitorioso a decisiva atuação do guarda, foi se aboletar de novo ao volante. Não sem uma última olhada pelo espelhinho sobre os passageiros em pé: um dois, três, quatro, cinco, seis, ué, que história é essa? Continuavam sendo sete?
- Ainda tem um sobrando.
E veio de lá, disposto a conferir. Não tinha dúvida: voltaram a ser sete.
- Um vai ter que sair.
Os passageiros continuaram firmes – cada um plenamente de acordo, desde que fosse outro a sair. Um deles, já irritado, e por estar mais perto da porta, cometeu a imprudência de deixar o ônibus para buscar de novo o guarda, que já ia longe. Os outros sugeriram ao chofer:
- Aproveita agora. Só tem seis, toca o ônibus.
Faltava o trocador, que ainda não havia voltado. O chofer convocou às pressas outro trocador nas imediações, que a companhia costumava deixar de plantão no fim da linha:
- Entra aí e vamos embora, que já estou atrasado.
O novo trocador assumiu o posto, e quando o ônibus já ia arrancando, deu com o velhinho ali firme junto ao poste:
- E o senhor?
- Esperando ônibus.
- Então entre.
O velhinho entrou, o ônibus partiu.
(SABINO, Fernando. A inglesa deslumbrada. 3a. Edição. Rio de Janeiro, Editora Sabiá, 1969)
Com base no texto, responda às questões:
1. A situação descrita passa-se dentro de quê e onde?
a. ( ) avião, num aeroporto francês
b. ( ) metrô, na cidade de São Paulo
c. ( ) ônibus, numa estação rodoviária na Inglaterra
d. ( ) transatlântico, num cais de porto na Itália.
2. Havia uma determinação sobre a quantidade de passageiros que podiam viajar em pé e alguém percebeu que havia excesso. Quantos podiam viajar em pé e quem percebeu o excesso? _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3. Mesmo ouvindo a
ordem de descer, nenhum dos sete passageiros em pé, se mexeu, pois:
a. ( ) todos entraram
juntos no ônibus
b.( ) o guarda ainda
não havia chegado
c. ( ) o chofer não
tinha feito sua preleção
d. ( ) cada um
esperava que o outro saísse
4. Como ninguém
resolvesse desembarcar, surgiu a ideia de chamar um guarda. Quem teve essa
ideia?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
5. Quando o guarda
ordenou que descesse o último a entrar, foi logo atendido. Isso resolveu o
problema?
( )sim ( ) não
Por
quê?____________________________________________________________________________
6. Quando o ônibus
finalmente partiu, estava de acordo com a determinação legal? ( ) sim ( ) não
Por quê?
___________________________________________________________________________
7. Qual teria sido a
intenção do autor ao narrar essa história?
a. ( ) Demonstrar que
sempre há alguém desrespeitando as leis.
b. ( ) Os ônibus
sempre trafegam com excesso de passageiros.
c. ( ) Na Inglaterra,
as leis são respeitadas por todos.
d. ( ) Os idosos têm
sempre prioridade e por isso é permitido não cumprir a lei.
8. Marque a frase
cuja palavra “linha” tem o mesmo significado da usada no texto: “… haviam
entrado sete naquele ônibus de fim de linha…” (par. 1).
a. ( ) O ônibus ficou
parado ali no fim da linha.
b. ( ) Pode confiar
nele, pois é pessoa de linha.
c. ( ) Quero que
plantem essas árvores em linha.
d. ( ) A linha era
muito grossa, por isso não entrava no buraco da agulha.
9. Preencha as
lacunas com as palavras comprimento ou cumprimento, de acordo com o sentido a
ser empregado:
a. “Seu” guarda, o
_______________ da linha é enorme.
b. E a empresa exige
o _________________ do horário?
c. É só atrasar ou
adiantar que vem bronca deste _________________
d. E os passageiros?
Sabem que estão sujeitos ao _____________ da lei?
e. Se não sabem, com
o senhor lá, vai haver o ________________imediato.
f. E não vai me
comover o _____________ da fila. Lei é lei.
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